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O Cemitério de Praga - Umberto Eco

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Boa Tarde!

Toda vez que vejo a minha lista imensa de resenhas para fazer me sinto culpada pela falta de tempo que estou tendo para vir postá-las... o meu único consolo é que as aulas irão acabar no início de Dezembro, e aí terei tempo para dedicar ao blog e aos livros *--*

A resenha de hoje é sobre o lançamento de um autor muitíssimo conhecido não só aqui no Brasil, mas a nível mundial. Eu me refiro ao Umberto Eco, autor de sucessos como "O Nome da Rosa", "O Pêndulo de Foucault" e "Baudolino".
Assim que vi "O Cemitério de Praga" pela primeira vez nas livrarias, logo após o lançamento, me peguei lendo sua sinopse e folheando os primeiros capítulos do livro. Vi que tratava-se de uma narrativa com bastante referências históricas, e por esse motivo me interessei pela obra.

Uma coisa é certa: Umberto Eco sabe bem como utilizar seu talento para a escrita, pois sua narrativa consegue prender a atenção do leitor de forma única. O senso crítico do autor acaba nos contagiando durante a leitura, e graças a isso passamos a ter uma visão bem mais ampla a respeito da história, o que garante uma leitura repleta de múltiplas interpretações.

A história se passa na cidade de Praga, em 1897. Temos como protagonista o falsário Simone Simonini, que inicia seu diário falando sobre o motivo que o levou a narrar sobre suas memórias. Motivo este um tanto inusitado: Simonini encontra-se em uma situação desconfortável, onde ele acredita estar vivenciando um problema de dupla personalidade. Ele tem dúvidas a respeito de sua identidade, pois não se recorda de nada a respeito de sua vida e chega a estranhar até mesmo a própria casa. E, para deixá-lo ainda mais confuso, no dia seguinte ele acorda e se depara com uma mensagem em seu diário deixada por um senhor que se auto-denomina "Dalla Piccola". O sujeito alega estar passando pelos mesmos problemas que Simonini: não consegue se recordar do que fez no dia anterior e estranha seu próprio reflexo no espelho. Assim começa um longo 'diálogo' feito através do diário entre os dois personagens.
Simonini logo pensa se tratar de um problema psicológico causado por algum trauma, provavelmente. Com o objetivo de "desvendar" o mistério a respeito de sua própria identidade e descobrir afinal se Dalla Picolla é apenas um personagem criado por seu cérebro, ele começa a transcrever todas as recordações que tem a respeito de sua vida; desde a infância até a vida adulta. Ele acredita que deste modo conseguirá descobrir qual foi o trauma que ocasionou sua perda de memória, pois a medida em que escreve, suas memórias vão retornando aos poucos.

Além da separação entre as narrativas de Simonini e de Dalla Picolla, o livro ainda conta com algumas passagens feitas pelo próprio narrador. A narrativa, em sua maioria, é composta por flashbacks sobre a vida dos dois personagens. Eu achei que o autor se perdeu enquanto narrava certos fatos históricos, pois ele se preocupou em revelar detalhes muitas vezes desnecessários e sem nenhuma ligação com a história. Isso fez com que o livro ficasse um pouco lento, mas para quem gosta de curiosidades a respeito do século XIX, assim como eu, isso é mais um ponto positivo.
Outro detalhe que eu não posso deixar de relatar sobre o livro é que, dentre todos os personagens, o único inventado por Umberto Eco foi Simonini. Todos os outros existiram de fato e fizeram e disseram as mesmas coisas que fazem e dizem neste romance. Curioso, não?
Durante o século XIX, entre Turim, Palermo e Paris, encontramos uma satanista histérica, um abade que morre duas vezes, alguns cadáveres num esgoto parisiense, um garibaldino que se chamava Ippolito Nievo, desaparecido no mar nas proximidades do Stromboli, o falso bordereau de Dreyfus para a embaixada alemã, o aumento gradual daquela falsificação conhecida como Os Protocolos dos Sábios Anciãos de Sião, que inspirará a Hitler os campos de extermínio, jesuítas que tramam contra os maçons, maçons, carbonários e mazzinianos que estrangulam os padres com as suas próprias tripas, um Garibaldi artrítico com as pernas tortas, os planos dos serviços secretos piemonteses, franceses, prussianos e russos, os massacres numa Paris da Comuna em que se comem os ratos, golpes de punhal, horrendas e fétidas reuniões por parte de criminosos que entre os vapores do absinto planeiam explosões e revoltas de rua, barbas falsas, falsos notários, testamentos enganosos, irmandades diabólicas e missas negras.
Embora este livro tenha uma linguagem mais elaborada, para mim foi uma leitura relativamente fácil. No início é comum que o leitor estranhe um pouco o estilo de escrita do Umberto, mas depois que você se acostuma, não consegue parar mais.
Deixo aqui a minha recomendação para aqueles que buscam um livro diferente e uma narrativa viciante! 
Com certeza procurarei saber sobre outras obras desse autor, tenho certeza que vale muito a pena.


Abraços,


7 Comentários:

Unknown 24 de novembro de 2011 às 14:20  

Parece um ótimo livro, gostei da resenha! Abraços :)

http://entrepaginasdelivros.blogspot.com/

Jana 24 de novembro de 2011 às 17:43  

Eu não conheço esse autor, acredita? Mas adorei o título e acredito que é ótimo (a Record arrasa!). Achei interessante essa mistura de real e ficção, imagina só o trabalho?! Vai pra lista = vou falir >_<

Unknown 25 de novembro de 2011 às 07:37  

Eco!

Eu adoro este escritor. Se você quiser ler algo mais do autor, leia O Nome da Rosa (INCRÍVEL) e O Pêndulo de Foucalt! :D
Adorei a resenha e a escolha! *-*'

Anônimo,  25 de novembro de 2011 às 10:53  

Não conhecia o livro, mas achei a história original e interessante!
Amei sua resenha!
Fiquei com vontadezinha de ler! :)
Beijos, Caah x♥

@sonhospontinhos
www.sonhosentrepontinhos.com

Nana Barcellos 25 de novembro de 2011 às 15:39  

Oiii
Que medinho desse livro, não só pelo enredo mas pela capa também.
Confesso de nunca ter lido nada do autor.
O Nome da Rosa eu assisti o filme uma vez na faculdade e nem lembro muito.

Parabéns pela resenha meninas.

Um ótimo final de semana para você
Nana - Obsession Valley

Entre Fatos & Livros 25 de novembro de 2011 às 19:04  

Oi!

Eu morro com livros q tem um pezinho na realidade. Pensar q o q estou lendo provavelmente aconteceu é estimulante. Isso ainda melhora e mto qdo a narrativa é bem construída. Não tinha me interessado pelo livro, mas agora chamou minha atenção. Se eu tiver oportunidade, com certeza não vou deixar passar.

BjoO
Pri
Entre Fatos e Livros

janete 23 de janeiro de 2012 às 08:46  

Oi, gostei muito muito da resenha. Terminei de ler "Travessuras da menina má" de Mario Vargas Llosa (muito bom) e agora vou comprar esse. Está em os mais vendidos da Veja. Um abraço.

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